segunda-feira, dezembro 01, 2008

Documentário + a Sul

+ a Sul é um documentário de divulgação científica que ilustra o dia-a-dia de uma campanha antártica nas ilhas Shetland do Sul. Durante o Verão austral, entre pinguins, focas e baleias, os cientistas estudam as características e a distribuição do permafrost (solo permanentemente gelado) (solo permanentemente gelado) e o modo como as variações climáticas o estão a influenciar.
(texto retirado de www.cienciaviva.pt)
Para ver o documentário carregar AQUI.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Uma solução para o excesso de CO2?

Aconselhamos o visionamento deste vídeo: Storing CO2 Underground in Australia
Gostavamos de receber as vossas opiniões?
Será uma solução para o excesso de CO2?
O investimento compensa?
Há outras alternativas?
...

sexta-feira, outubro 31, 2008

Somos todos culpados!

Até há pouco tempo não havia resposta para a pergunta: por que estão a subir as temperaturas na Antárctica e no Árctico? Se havia candidatos a culpados, como o aumento da intensidade do Sol, não existiam certezas científicas. Um estudo publicado ontem na revista “Nature Geoscience” garante que, afinal, as actividades humanas são a origem do problema.
Para consultar o estudo carregar aqui.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Fundo de carbono no Colégio Valsassina 2008-2012

Enquadramento e Justificação
Num mundo em que as Alterações Climáticas constituem um dos maiores desafios para a sustentabilidade do planeta, é obrigação de toda a sociedade conhecer o seu impacte no clima bem como agir de forma a caminhar para um futuro menos intensivo em carbono.
O Colégio Valsassina está, por isso, empenhado em tornar-se numa Low Carbon School. A construção desta identidade passa pela adopção de práticas climaticamente responsáveis que integram princípios éticos e a vanguarda do conhecimento científico em matéria de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Pelo caminho, ao envolver toda a comunidade escolar no combate às Alterações Climáticas, o Colégio Valsassina acredita que a sua política educativa sustentável pode contribuir para a excelência da educação ambiental da futura geração de engenheiros, arquitectos, cientistas, gestores, políticos e cidadãos para que eles próprios sejam líderes capazes de desenvolver soluções eficazes para enfrentar um Clima em Mudança.
Para tornar o Colégio Valsassina uma Low Carbon School é fundamental envolver toda a comunidade escolar e desenvolver processos de apoio à concretização de medidas de redução da pegada carbónica e de compensação de emissões. Para tal será criado um fundo de carbono no Colégio Valsassina através do qual se pretende financiar medidas de redução, de compensação e de comunicação.

Um dos instrumentos de apoio ao fundo de carbono é a criação da «Taxa de Carbono» no Colégio Valsassina.

Esta «Taxa de Carbono» visa:

  • Financiar no todo ou em parte o Fundo de Carbono do Colégio Valsassina;
  • Contribuir para o cumprimento da meta de redução da pegada carbónica do Colégio Valsassina em 10% até 2012 (tendo por referência o ano base de 2006/07);
  • Envolver toda a comunidade escolar em torno de um esforço comum: combater um problema de todos e tornar o Colégio Valsassina uma Low Carbon School;
  • Contribuir para sensibilizar e educar a comunidade escolar no sentido da redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Estão previstos vários instrumentos passíveis de executar o fundo de carbono. Estes irão acompanhar a implementação da estratégia do Colégio Valsassina a caminho de uma Low Carbon School.

Estratégia e Política Low Carbon School para 2008-2012

Na sequência do trabalho desenvolvido ao longo do último ano no âmbito do Projecto «Gestão Voluntária de Carbono: A caminho de uma Low Carbon School» e tendo por base a discussão gerada em torno do relatório da Pegada Carbónica, em particular com o Workshop realizado em Abril passado, estamos agora em condições de informar que já está definida a “Estratégia e Política Low Carbon School para 2008-2012".
Aqui deixamos apenas uma parte desse documento. Todos os interessados em consultar a versão completa devem solicitá-lo para o e-mail ecovalsassina@hotmail.com

Estratégia do Colégio Valsassina para as Alterações Climáticas
Demonstrando a sua responsabilidade climática, o Colégio Valsassina compromete-se a aproveitar o seu conhecimento e potencial educativo para actuar como catalisador da sustentabilidade da comunidade, contribuindo para uma geração futura mais adaptada a um clima em mudança. Através do seu Programa interno de Gestão Voluntária de Carbono, e integrando ética e ciência, o Colégio Valsassina está empenhado em educar e mobilizar toda a comunidade escolar com vista a tornar-se numa low carbon school.
“No institutions in modern society are better equipped to catalyse the necessary transition to a sustainable world than colleges and universities. They have access to the leaders of tomorrow and the leaders of today. What they do matters to the wider public” – David W. Orr, professor no College Oberlin e autor de “the last refuge” in Higher Education in a Warming World.

Visão
Num mundo em que as Alterações Climáticas constituem um dos maiores desafios para a sustentabilidade do planeta, é obrigação de toda a sociedade conhecer o seu impacte no clima bem como agir de forma a caminhar para um futuro menos intensivo em carbono. O Colégio Valsassina está, por isso, empenhado em tornar-se numa Low Carbon School. A construção desta identidade passa pela adopção de práticas climaticamente responsáveis que integram princípios éticos e a vanguarda do conhecimento científico em matéria de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Pelo caminho, ao envolver toda a comunidade escolar no combate às Alterações Climáticas, o Colégio Valsassina acredita que a sua política educativa sustentável pode contribuir para a excelência da educação ambiental da futura geração de engenheiros, arquitectos, cientistas, gestores, políticos e cidadãos para que eles próprios sejam líderes capazes de desenvolver soluções eficazes para enfrentar um Clima em Mudança.

Missão
“Students on today’s campuses are helping to lead the way now, and will soon be the leaders in business and governments who will be called on to address this ongoing worldwide threat.” – Al Gore, antigo vice-presidente dos EUA, em Abril de 2007 num programa do NWF Chill out: Campus solutions to Global Warming in Higher Education in a Warming World.
Para concretizar a sua visão, o Colégio Valsassina criou um programa interno de Gestão Voluntária do Carbono onde pretende envolver e orientar toda a comunidade escolar no caminho a percorrer para se tornar uma Low Carbon School.
O caminho a percorrer passa por contabilizar, reduzir, compensar (de acordo com a sua política de compensação) e comunicar a sua pegada de carbono seguindo orientações e metodologias reconhecidas e internacionalmente aceites.


Educar e mobilizar são as palavras-chave.
Contamos com toda a comunidade escolar para trilhar este caminho connosco...

quarta-feira, setembro 10, 2008

Compensação de emissões - A opção pelo Projecto Extensity

Projecto Extensity
«O contributo das pastagens permanentes semeadas biodiversas ricas em leguminosas para o sequestro de carbono»
http://extensity.ist.utl.pt
O Projecto Extensity – Sistemas de Gestão Ambiental e de Sustentabilidade na Agricultura Extensiva – é um projecto financiado pelo programa LIFE da Comissão Europeia e coordenado pelo Instituto Superior Técnico. Através de um Sistema de Gestão de Sustentabilidade, definido com a participação de várias ONG e do Estado, pretende-se optimizar o desempenho económico, social e ambiental das explorações agrícolas, quer directamente, quer em ciclo de vida. Em paralelo, os agricultores são apoiados tecnicamente na adopção de práticas sustentáveis.

O projecto promove a valorização deste esforço dos agricultores de duas formas: através de sistemas de certificação como Modo de Produção Biológico e Norma de Sustentabilidade Garantida, que asseguram a diferenciação dos seus produtos e a sua melhor remuneração pelos consumidores; e pela promoção da remuneração dos seus serviços ambientais e sociais pelo Estado e por entidades privadas. É neste sentido que as pastagens semeadas biodiversas e o sequestro de carbono em geral se enquadram.

Compensação das visitas de estudo 07/08

Pelo segundo ano consecutivo as visitas de estudo realizadas pelo Colégio Valsassina foram compensadas.

Assumimos desta forma a nossa responsabilidade ambiental e damos mais um passo no caminho de tornar o Colégio uma Low Carbon School.

quinta-feira, julho 03, 2008

Pegada Carbónica do Colégio Valsassina

A pegada carbónica, diz respeito ao total de emissões de GEE obtidas pelo inventário efectuado retirando o total de emissões que foram compensadas por este.
No ano a que se refere o inventário de emissões, o ano lectivo 2006/2007, o Colégio Valsassina foi pioneiro ao associar algumas das suas acções uma mensagem de responsabilidade climática recorrendo à compensação. As seguintes actividades foram compensadas:

  • 100% das visitas de estudos e passeios organizados pelo Colégio Valsassina, em autocarro, para o exterior do concelho de Lisboa, realizadas em 2007, totalizando 19 t CO2e;
  • 1 viagem de avião realizada a Londres, onde 2 alunos e um professor participaram na semana organizada pelo British Council dedicada a “greening cities”, totalizando 3 t CO2e.

Para anular o efeito de estufa destas 22 t CO2e, o Colégio Valsassina resolveu apoiar um projecto de produção de electricidade e calor a partir da biomassa em Karnataka, na Índia com o selo “gold standard” e ainda no cancelamento de licenças de emissão no âmbito do comércio europeu de licenças de emissão.
Sendo assim, considerando este total de toneladas de carbono compensadas, a pegada carbónica do Colégio Valsassina mantém-se em 94 toneladas de GEE directas e indirectas de comunicação obrigatória (âmbito 1 e 2) e de 425 toneladas de GEE indirectas de reporte voluntário.


segunda-feira, junho 30, 2008

Logotipo - Projecto GVC - Nova proposta


O aluno António Grilo apresentou a mais recente proposta para o logotipo do Projecto «Gestão Voluntária de Carbono».
Gostaríamos de recolher as vossas opiniões sobre este e os restantes trabalhos apresentados para logotipo deste projecto.

terça-feira, junho 10, 2008

WORKSHOP "A CAMINHO DE UMA LOW CARBON SCHOOL" - SÍNTESE DOS GRUPOS DE TRABALHO

Grupo de discussão: Redução
Moderador: Filipa Louro
Resultados da discussão em grupo:

  • Ajustar torneiras com temporizador
  • Racionalizar os consumos
  • Reforço da sensibilização: acções mais efectivas (concurso eco-turmas, acções de limpeza)
  • Utilização de mais papel reciclado
  • Substituição voluntária dos babetes descartáveis acompanhada de sensibilização/explicação aos pais
  • Certos equipamentos como ar condicionado devem ser utilizados apenas em certas ocasiões
  • Isolamento das janelas de alguns edifícios
  • Continuar o esforço na poupança de papel
    o Envio de circulares por e-mail
    o Evitar o envio de informações em papel em duplicado
    o Entrega de trabalhos em formato digital
    o Impressão frente e verso
    o Caixote de papel de rascunho na biblioteca
    o Reutilização dos manuais escolares
    o Envio eletrónico de recibos

Grupo de discussão: Compensação
Moderador: António Grilo
Resultados da discussão em grupo:

  • Medidas a nível nacional:
    o Contribuem para ajudar o Governo
    o Envolvem a comunidade; são mais sensibilizadoras
    o Se possível a nível regional, o mais próximo possível do Colégio
  • Medidas a nível Internacional:
    o Temos uma razão moral porque os países em desenvolvimento sustentam o nosso conforto
  • Certificação
    o Sim, por entidades credíveis;
    o Ter em atenção o balanço entre o impacto real dos projectos versus certificação
    o Estamos dispostos a pagar mais por um projecto mais credível, tendo em conta o benefício.
  • Duração
    o O mais longo possível atendendo às necessidades e tendo em conta o ciclo de vida das matérias primas

    Benefícios directos/indirectos: Devem escolher-se soluções de compromisso entre os benefícios: analisar os projectos caso a caso

    O que compensar?
    Se tivermos capacidade compensar todas as emissões
    Caso contrário compensar as mais expressivas

Grupo de discussão: Financiamento
Moderador: Joana Magalhães da Silva
Resultados da discussão em grupo:

  • Empregar 1 € do que se paga pelo Colégio na G.V.C.
  • Contactar patrocinadores através da divulgação dos projectos (empresas dos pais) uma vez que se sabe que há empresas em que essas acções “contam” para a responsabilidade social
    Paineis fotovoltaicos como fonte de financiamento uma vez que a energia se pode vender
  • Evitar-se as viagens de avião como forma de poupar dinheiro em compensação e em reduzir emissões
  • Registar a patente do prjecto e vendê-la a outras escolas uma vez que somos pioneiros e temos experiência de estar dentro do Colégio e de trabalhar dentro do projecto
  • Contactar a C.M.L. para (re)florestação do Colégio
  • Vender plásticos velhos para reciclagem/tinteiros
  • Voluntário:
    - Cálculo das emissões totais da deslocação casa-escola e escola-casa durante um ano e saber a que quantia corresponde em termos de compensação (comprar créditos)
    - Saber com quanto se deve contribuir mensalmente
    - Aplicar o dinheiro no fundo de carbono do Colégio
    - Divulgar/publicitar o que fazemos e através disso conseguir parcerias com empresas, o que acaba por ser a única fonte de financiamento

terça-feira, junho 03, 2008

Logotipo - Projecto Gestão Voluntária de Carbono

Apresentamos mais uma proposta de logotipo para o Projecto Gestão Voluntária de Carbono. Gostaríamos de recolher as vossas opiniões (ecovalsassina@hotmail.com)...






segunda-feira, abril 21, 2008

Icebergs, Neve e Muitos Pinguins – As razões do Ano Polar Internacional

Comunicação do Dr. José Xavier proferida no âmbito do ciclo de Conferências “Na fronteira da Ciência” da Fundação Calouste Gulbenkian .

O problema das alterações climáticas é, como todos sabemos, de âmbito global sendo, porém, nas latitudes extremas , como no Árctico e na Antárctida, que mais se fazem sentir os seus efeitos sendo por isso as regiões polares de extrema importância na análise dos impactos deste problema.
A Antárctida foi-nos apresentada por este investigador como um continente com área semelhante à da Europa sendo que no Inverno pode duplicar a sua superfície devido ao congelamento da superfície do Oceano Antárctico. Segundo José Xavier, os pólos são regiões extremamente sensíveis do ponto de vista biológico e ecológico que desempenham diversas funções de regulação como por exemplo: regulação dos níveis de CO2 na atmosfera e regulação do nível médio das águas do mar.
Os impactos são de tal modo notórios e a sensibilidade de tal modo evidente que se pode falar em comunidades que funcionam como bio-indicadoras das alterações climáticas. Por estranho que pareça não estamos a falar de organismos com baixo nível na cadeia alimentar mas sim de predadores de topo, como é o caso dos albatrozes.
José Xavier apresentou dois gráficos referindo-se ao comportamento à procura de alimento e ao sucesso reprodutivo dos albatrozes, durante a sua época de reprodução. Em anos normais, os albatrozes reproduzem-se com elevadas taxas de sucesso e apresentam-se pouco dispersos, alimentam-se em regiões próximas da sua colónia (2-3 dias (Figura 1).


Quando as variações de temperatura são acentuadas estamos perante anos anormais (Figura 2). Nestes anos os albatrozes apresentam-se muito dispersos, alimentam-se em regiões longe da colónia (cerca de 15 dias) e o sucesso reprodutivo é baixa já que a taxa de mortalidade das crias é alta (Figura 3).

António Grilo, Filipa Louro, Marta Magalhães da Silva, Pedro Silva.
Trabalho apresentado no âmbito dos Jovens Repórteres para o Ambiente

Ano Polar Internacional – API – Objectivos e papel de Portugal.

Há cinquenta anos que não se realizava um Ano Polar Internacional – API. O último tinha sido realizado em 1957/58, e julgou-se agora que era de extrema importância regressar a esta temática. Pela primeira vez na sua história Portugal ao API, que se iniciou em Março de 2007 e vai até Março 2009.

Com uma História intimamente ligada com a exploração polar com navegadores como João Corte-Real ou Fernão de Magalhães, Portugal pretende agora efectivar o seu contributo no âmbito da preservação, ciência, educação e investigação polares.

Um dos tópicos no topo da agenda política portuguesa para este ano, está a ratificação do Tratado da Antártida que reserva este continente à ciência e à paz. Como principais objectivos do nosso país neste API destacam-se:
· Fortalecimento e melhoria dos estudos portugueses no âmbito da ciência polar;
· Execução de trabalhos científicos de excelência;
· Investigação em novas metodologias e técnicas de investigação;
· Investimento na nova geração de cientistas polares;
· Criação de condições para um Plano Polar Português.

No âmbito da participação portuguesa estão envolvidos 15 cientistas de 9 Universidades e Laboratórios de investigação; 7 projectos chave (de entre 200 a nível mundial); 10 projectos paralelos e 400 professores de 200 escolas, reunindo milhares de estudantes.


FONTE: Xavier, J; Icebergs, Neve e Muitos Pinguins – As razões do Ano Polar Internacional – Comunicação apresentada no ciclo de conferências “Na fronteira da ciência” da Fundação Calouste Gulbenkian.

António Grilo, Filipa Louro, Marta Magalhães da Silva, Pedro Silva.

Trabalho apresentado no âmbito dos Jovens Repórteres para o Ambiente.

domingo, março 16, 2008

Alterações climáticas e saúde

Desde sempre o nosso planeta tem conhecido diversas modificações no seu clima. No entanto, assistimos hoje a uma aceleração desse processo natural, e às suas consequências, às quais chamamos Alterações Climáticas. A presença do Homem na Terra é a principal culpada deste fenómeno.


Actividades humanas como a indústria energética, manufactureira, da construção ou dos transportes, responsáveis pela a queima de combustíveis fósseis; a criação de gado, responsável pela libertação grandes quantidades de metano; e a queima de resíduos agrícolas, florestais e urbanos, têm vindo a provocar um aumento da concentração de gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono, o metano ou o vapor de água, na atmosfera.
Estes gases encontram-se naturalmente na atmosfera, onde retêm as radiações infravermelhas que a Terra reflecte, e reenviam-nas para a Terra, aumentando a sua temperatura média – ao que chamamos Efeito de Estufa. Mas quando as concentrações destes gases na atmosfera são elevadas, este efeito é ampliado. Deste modo, as zonas glaciares, que muito contribuem para a reflexão da radiação solar, derretem, tornando-se impossível evitar a subida da temperatura do planeta. Há, portanto, uma maior formação de vapor de água e nuvens que, se, por um lado, diminui a entrada de radiação solar na atmosfera, dificulta ainda mais a sua saída.
As alterações climáticas têm inúmeras consequências em todo o mundo. Entre elas, destacam-se o aumento da temperatura média da Terra (mais 0,6º C desde o início do século) e o aumento do nível médio das águas do mar devido à destruição dos gelos e consequentes alterações nas correntes oceânicas. Esta subida afecta as populações das zonas costeiras que vêem as cidades onde habitavam ficarem submersas, e forçará o deslocamento de populações inteiras, podendo provocar vagas de refugiados e catástrofes humanitárias.
O ciclo hidrológico, o regime de precipitação e a disponibilidade de água também serão bastante afectados, prevendo-se que a população que vive em zonas de difícil acesso aos recursos hídricos passe de 1/3 para 2/3 em 2025, o que poderá provocar um aumento do número de mortes por desidratação, bem como graves problemas na produção agrícola, e assim provocar problemas de subnutrição em diversos países.
Prevêem-se ainda alterações da frequência e intensidade de frio e calor e uma maior frequência de fenómenos climatéricos extremos, como furacões, chuvas intensas, ondas de calor e cheias, os quais provocarão um aumento da mortalidade no período em que ocorrerem, conforme se evidencia pela forte correlação visível nas Fig. 2 e Fig. 3.




Além disso, um aumento da temperatura aliado a cheias mais frequentes em zonas temperadas cria as condições ideais para o desenvolvimento de mosquitos, e de outros vectores de propagação de doenças, como a febre-amarela, o dengue ou a malária.
No caso da malária, a doença é causada por mosquitos que transportam o parasita Plasmodium vivax, que necessita de três semanas a temperaturas entre 14,5ºC e 35ºC para incubar, sobrevivendo mais de 15% dos mosquitos, por exemplo, a 22ºC. Por contraste, são necessários 56 dias para incubar a apenas 18ºC, e a 40ºC ocorre a mortalidade térmica deste parasita (Martens, 1998). Um aumento de temperatura ao longo do ano favorece portanto o seu desenvolvimento em climas temperados, como se pode ver na Fig. 5.


Actualmente, cerca de metade da população mundial é afectada pela malária, endémica em 106 países, alguns dos quais à beira de um colapso malárico. Todos os anos morrem 1.5 milhões de pessoas e registam-se 500 milhões de novos casos, pelo que esta doença (em conjunto com o VIH/SIDA e a tuberculose) é um grande obstáculo ao desenvolvimento de países, principalmente africanos.
Segundo a Agência Lusa, “os países do Sul da Europa poderão ser atingidos por doenças já erradicadas no continente no prazo de 50 a 100 anos, devido ao previsível aumento da temperatura e a outras alterações climáticas, defendem alguns especialistas. Países europeus como Portugal, Espanha, Itália e Grécia poderão voltar a conviver com a malária, erradicada de Portugal em 1950, e o dengue, ambas doenças tropicais transmitidas pelos mosquitos”.
No entanto, não se verificam actualmente casos de malária em Portugal, pelo que se conclui que a população endémica de mosquitos não se encontra contaminada com o parasita Plasmodium Vivax. A ocorrência de malária é ainda pouco provável, pois nos meses de calor (entre Julho e Setembro), temos períodos de incubação mínimos de 20 dias, que correspondem a taxas de sobrevivência do mosquito entre os 24% e os 31%. Num futuro próximo, as previsões apontam para períodos de incubação do parasita inferior a 10 dias e uma taxa de sobrevivência do mosquito entre os 31 e 35%, factores que combinados aumentarão significativamente a probabilidade de ocorrência de malária em Portugal.
A transmissão desta doença (fig. 6) ocorre quando um mosquito fêmea pousa sobre uma superfície da pele descoberta e nela mergulha as suas componentes bucais em forma de agulha. Atravessando a epiderme e a derme, perfura a rede de microcapilares sanguíneos, sugando o sangue e impedindo-o de coagular através da saliva. Das glândulas salivares do mosquito são libertados os parasitas Plasmodium Vivax para a corrente sanguínea, que os transporta até ao fígado, onde são introduzidos em células hepáticas, começando assim a multiplicar-se.

A malária é uma doença ainda mais nefasta pois sistema imunitário humano apenas é accionado uma a duas semanas após a picada de mosquito, só então surgindo os sintomas indicativos da doença: cefaleias, dores musculares, febres altas e suores abundantes.
Em cada 30 segundos morre uma criança de malária, e muitas das sobreviventes sofrem de lesões cerebrais.

Bibliografia:
Filkel, M., "Bedlam in the blood malaria", National Geographic Magazine, July 2007
Gomes, J., "Sustentabilidade na terra", Constância Editores, 2002
Petit, J.R. e tal; “Climate and atmosferical history of the past 420 000 years from the Vostok ice core in Artárctica” Nature 399, 1999
Calheiros, José Manuel; “Alterações Climáticas e repercussões na Saúde” (apresentado no Ciclo de Conferências Ciência e Saúde da Fundação Calouste Gulbenkian).
Harvard Medical School: “Climate Change Futures: Health, Ecological and Economic Dimensions.”
Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa:
www.imm.ul.pt
Para consultar este artigo na página oficial dos Jovens Repórteres para o ambiente carregar aqui.
Nota: existem duas versões: em português e em inglês.

Trabalho apresentado no âmbito dos Jovens Repórteres para o Ambiente por:
Ana Filipa Louro, 11º 1A; António Grilo, 12º1A; Marta Magalhães da Silva, 9ºA; Pedro Silva, 12º 1A

terça-feira, março 11, 2008

Logotipo para o Projecto "Gestão Voluntária de Carbono"

Na última reunião do Conselho Eco-Escola um dos temas discutidos foi a criação de um logotipo para o Projecto Gestão Voluntária de Carbono.

O conselheiro Fábio Cruz (11º 5) ficou com a responsabilidade de concretizar as ideias levantadas na reunião.
E os resultados estão aí:
Versão 1

Versão 2


Enviem as vossas opiniões para ecovalsassina@hotmail.com

Qual a versão preferida?

Sugestões?...

segunda-feira, março 10, 2008

Relatório da Pegada Carbónica do Colégio Valsassina

O problema do efeito de estufa e consequente aquecimento global é já de conhecimento generalizado. O que falta generalizar é a consciência efectiva de que cada um de nós tem impacto neste problema. Cada um tem a sua parte de responsabilidade neste fenómeno e suas consequências. Cada um de nós tem a sua PEGADA CARBONICA.
É no seguimento de uma consciência adquirida e de um crescente empenhamento em trabalhar para que o seu impacto na crise climática global seja cada vez menor que o Colégio decidiu partir para a acção. É neste âmbito que surge o Relatório da Pegada Carbónica do Colégio Valsassina.
Actualmente o nosso país emite cerca de 2 toneladas de dióxido de carbono por segundo, ou seja, emitimos 1000 toneladas de dióxido de carbono a cada 8,4 minutos. Queremos ser parte da solução e não parte do problema. Por isso, em parceria com a Eco-Progresso decidimos fazer uma avaliação das emissões do Colégio criando em seguida mecanismos de compensação das emissões.
As emissões dividem-se, segundo o protocolo de Quioto, em três âmbitos. No caso do Colégio: Ao âmbito 1 dizem respeito às emissões cujas fontes são detidas ou controladas directamente pelo Colégio. Ao Âmbito 2 dizem respeito as emissões indirectas relativas à produção de energia utilizada na actividade do Colégio. Ao âmbito 3 dizem respeito as emissões indirectas relativas a fontes que não decorrem directamente da actividade do Colégio como o tratamento de águas residuais ou as deslocações casa-trabalho-casa dos colaboradores e alunos.
Os dados preliminares do relatório mostram que as nossas emissões no período compreendido entre Setembro de 2006 e Agosto de 2007 se distribuem por:
  • Âmbito 1: Sem dados disponíveis
  • Âmbito 2: 80 toneladas de dióxido de carbono emitidas
  • Âmbito 3: 139 toneladas de dióxido de carbono emitidas.

Ainda até ao final do período será divulgado o Relatório da Pegada carbónica do Colégio Valsassina.

Pensar a Terra – Agir no Valsassina!

sábado, fevereiro 23, 2008

Gestão Voluntária de Carbono - o que estamos a fazer...

Não pode haver melhor ilustração da necessidade de uma acção global por parte dos seres humanos do que as questões colocadas pelo impacte da actividade humana sobre a nossa atmosfera.
O Colégio Valsassina é uma escola particular que se situa em Lisboa. Desde a sua fundação que prossegue um ideal que procura compatibilizar com a vida em sociedade e, por isso, promove uma educação para a diferença, uma educação para a mudança, uma educação globalizante.
As alterações climáticas são actualmente, um dos maiores flagelos ambientais, responsáveis por graves impactes económicos, sociais e ambientais, muitos dos quais já irreversíveis. Essas consequências estão amplamente realçadas no último Relatório de Desenvolvimento Humano (2007/2008) onde se refere que as alterações climáticas não são um cenário futuro.
A causa deste problema ambiental reside no aumento exponencial das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE), sendo o Dióxido de Carbono (CO2) o que se apresenta em maiores quantidades, fruto em grande parte, da queima de combustíveis fósseis, ou seja, utilização de Energia, incluindo a sua transformação em electricidade. Assim, pode-se considerar que o problema das alterações climáticas é um problema principalmente energético. Sendo a energia um input oneroso para todos os sectores da economia, deve-se caminhar para uma melhoria da eficiência energética.
Uma abordagem racional às questões de energia e carbono conduz à Hierarquia do Carbono:
1. Promover o uso racional dos equipamentos e sistemas responsáveis pela emissão directa ou indirecta de GEE; Reduzir na procura;
2. Instalar equipamentos e sistemas energeticamente eficientes e sistemas de controlo que promovam conforto eficiente;
3. Utilizar energia de fontes limpas (renováveis, cogeração, calor residual).

Aplicar esta hierarquia implica iniciar um plano de redução do consumo de energia e outros recursos e controlo das emissões de carbono, que se repita no tempo, com uma intenção de ser sempre melhor, sensibilizando e educando para as questões energéticas e para a responsabilidade climática através da Gestão Voluntária de Carbono (GVC).

Deste modo, integrando a componente energia e carbono, reduzindo o consumo energético e consequentemente as emissões de Gases com Efeito de Estufa pela implementação de medidas de redução de emissões, o Colégio Valsassina estará no caminho de se constituir como uma Low Carbon School, ou seja, uma Escola onde as preocupações com o impacte da sua actividade no clima foram integradas na gestão quotidiana, levando à determinação de acções de gestão da actividade que reduzem o seu impacte no clima, com benefícios económicos e sociais.

Cenários e condicionantes
Sendo a educação ambiental uma área em destaque nas opções estratégicas do Projecto Educativo do Colégio, e tendo em conta o trabalho desenvolvido nos últimos 5 anos (desde a entrada na rede Eco-Escolas), existem já um conjunto de medidas vocacionadas para o combate às alterações climáticas assim como algum conhecimento adquirido. Neste contexto é de destacar a monitorização aos consumos energéticos e as auditorias energéticas.
Por sua vez, existe interesse e vontade de toda a comunidade escolar em dar sequência ao trabalho realizado até à data. Assim, para o desenvolvimento e implantação desta estratégia considera-se necessário criar uma equipa multidisciplinar, que junte professores, alunos, funcionários e direcção, a par do trabalho em parceria com uma empresa cujo core business se centre nas Alterações Climáticas e na Gestão das Emissões de Dióxido de Carbono.
A gestão voluntária de carbono (GVC) ainda está a nascer em Portugal e por isso pode assumir-se como um elemento-chave de diferenciação para as empresas que não estão abrangidas legalmente pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão, mas que pretendem reduzir as emissões de gases com efeito de estufa resultantes da sua actividade e, desta forma, mitigar o efeito das alterações climáticas.
Pretende-se que esta estratégia seja aplicada numa primeira fase, até 2012, ano em que termina o primeiro período de aplicação do Protocolo de Quioto. Após esta data, pretende-se dar sequência ao trabalho desenvolvido num horizonte temporal até 2020. De referir que a UE quer começar a desenhar desde já um quadro para um acordo global pós-Quioto em 2012.
E se houver uma contribuição de outros países, a UE está disponível para reduzir as emissões de dióxido carbono em 30 por cento até 2020. A estratégia e a calendarização propostas colocam o Colégio Valsassina na linha da frente das empresas ambientalmente conscientes.

Diagnóstico e acção
Os meses de Dezembro de 2007 e Janeiro de 2008 foram dedicados ao diagnóstico. Nesta fase procedeu-se à caracterização das fontes de emissões de GEE associadas à actividade do Colégio Valsassina. A mediação das emissões segue as Directrizes do Protocolo de Gases com Efeito de Estufa. Serão quantificadas, e comunicadas as emissões de âmbito 1, 2 e 3. As principais tarefas incluídas nesta fase são:

  • Diagnóstico da empresa/colégio: pretende-se caracterizar os consumos de energia e a forma como esta é utilizada; Caracterizar-se-á a frota assim como a acessibilidade por parte dos colaboradores;
  • Análise da estrutura e procedimentos internos com impacte na GVC:
  • Elaboração do Relatório do Diagnóstico e Pegada Carbónica.

De referir que nesta fase de diagnóstico estiveram envolvidos:

  • Alunos das turmas 10º1A e 10º1B que precederam à caracterização e levantamento de todos os aparelhos de climatização e refrigeração;
  • Alunos do conselho eco-escolas que procederam ao tratamento e organização de todos os dados;
  • Professores funcionários e encarregados de educação responderam a inquéritos sobre o modo de deslocação casa-escola-casa;
  • Serviços administrativos (sector contabilidade) que procederam à recolha dos dados relativos às deslocações de avião e consumos associadas à frota do Colégio Valsassina;
  • A equipa da Ecoprogresso acompanhou todo o processo fornecendo apoio e esclarecendo todas as dúvidas que foram surgindo.

O relatório da Pegada Carbónica será um precioso instrumento de trabalho a partir do qual se decidirá quais as medidas de redução e as metas a atingir.

Ao promover a sustentabilidade de forma a travar as alterações climáticas procura-se não apenas benefícios para o ambiente, mas também a nível económico e social. Embora o desenvolvimento sustentável exija a alteração de opções tecnológicas, administrativas e de comportamentos para evitar consequências negativas para a sociedade no seu todo, também oferece grandes oportunidades.

Perante o actual quadro, torna-se fundamental sensibilizar os cidadãos para a importância que o comportamento de cada um poderá ter, através de pequenas acções, na mitigação de impactos ambientais. Contamos com toda a comunidade escolar para o conseguir…

Prof. João Gomes

A crucial step to the future

(Foto: André Correia)

If we want to change the world, why don’t we start by changing our “home”? That’s what we thought, in Colégio Valsassina.
Our school in central Lisbon had new facilities since last summer. The new buildings were designed and built according to the principles of energy efficiency. Renewable sources of energy are now being used.
We are on the path of becoming a Low Carbon School, the first one in Portugal.
Trabalho apresentado no âmbito dos Jovens Repórteres para o Ambiente, por:
André Correia, 11º 1A;
Carlos Ruivo, 11º 1A;
Joana Magalhães da Silva, 11º 1A.